Restos de Gente

Teatro Invisível

Segundo Augusto Boal, o Teatro Invisível consiste na representação de uma cena em ambientes que não sejam o teatro, e diante de pessos que não sejam expectadores. O lugar pode ser "público" ou "privado". As pessoas que assistem à cena serão as pessoas que aí se econtrarem acidentalmente. Durante todo o "espetáculo", essas pessoas não devem sequer descofiar de que se trata de um espetáculo, pois se assim fosse, imediatamente se transformariam em "espectadores".
O Teatro Invisível deve "explodir" em um determinado local de grande afluência de pessoas. Todas as pessoas próximas devem ser envolvidas pela explosão, e os efeitos desta muitas vezes perduram até depois de muito tempo de terminada a cena. No Teatro Invisível é importante que se tenha uma direção de cena, sobretudo quando o objetivo é confrontar pessoas com Situ-Ações que se expressam claramente a opressão. "Se deve elaborar formas de atuação que assegurem a trasmissão da mensagem prevista".
Esse tipo de teatro possibilita um trabalho com Situ-Ações de conflito onde os atores e espect-atores podem atuar livremente. É importante insistir que, nesta forma de teatro os atores não se podem revelar como tais: precisamente nisso reside o caráter invisível desta forma de fazer teatro. E precisamente este caráter de invísibilidade fará com que o espect-ator atue livremente, totalmente, como se estivesse vivendo uma Situ-Ação real: afinal de contas a Situ-Ação é real!
No Teatro Invisível, os rituais teatrais são abolidos: existe apenas o teatro, sem suas formas velhas e gastas. A energia teatral é completamente liberdade, e o impacto que este teatro livre causa é muito mais violento e duradouro.


Trabalho de Arte-Ação realizado durante experiência formativa de Teatro do Oprimido com o CTO-RIO.

Estudo de Ambientes Externos e Sensações Interiores - Uma Reflexão sobre a Arquitetura da Solidão.

Programa in Progress
Performance / Intervenção-Obra-Experiência na Metrópole Trajetórial.

Descrição
Prospecção em ambientes urbanos de intensa circulação de pedestres onde os performers executam partituras de Situ-Ações Performativas que interagem e interferem na “coreografia do cotidiano”.
As Situ-Ações Performativas ocupam-se da exploração da dimensão física, social e mental do corpo em relação com o cenário material da vida, isto é,
a relação do corpo com a urbanística e a arquitetura e os comportamentos provocados nessa relação.
5 performers e 3 Situ-Ações Performativas realizadas em 6 momentos durante 6 semanas em pontos selecionados da Praça do Passeio Público e nas ruas Major Facundo e Senador Alencar.
As Situ-Ações Performativas criadas levam em consideração o espaço físico o qual se propõe intervir, estabelecendo assim, uma relação não só com a arquitetura e tecido urbano, mas principalmente com os transeuntes que circulam nesses espaços.
Estes eventos-ações serão projetados em função do espectador, propondo-lhe uma rara experiência fenomenológica e crítica da realidade.

1ª Situ-Ação Performativa
5 performers executam 3 movimentos iguais, simples, rígidos, lentos e contínuos em momentos e espaços diferentes.
Movimento 1 - Os performers iniciam totalmente estáticos chamando a atenção para a imobilidade de seu corpo em um ambiente em constante movimento, para a semiose urbana, para possíveis silêncios e para o barulho que abita os espaços (paisagem sonora). O objetivo é explorar através de uma sucessão de quadros vivos o potencial dramático da imobilidade e a percepção do espaço através do não-movimento.
Movimento 2 - Os performers descem lentamente ate o chão e sentam-se.A instrução é movimentar-se dentro de uma lógica interna, totalmente absorvido no pensamento de que seu corpo movimenta-se o mais devagar possível.Recomenda-se que os performers não teatralizem a ação de sentar-se no chão, mas concentre-se em “levar um tempo extra” para realizar o movimento, que geralmente, é apressado.
Movimento 3 - O cotovelo apóia-se na perna, a coluna curva-se, o rosto inclinado caído sobre a mão expressa a palidez, e o olhar, perdido no infinito.Uma sensação? Frio.Um sabor? Amargo.Uma Cor? PretoUm Desejo? A Inércia Completa.

Vídeo: Intervenção-Obra-Experiência # 1

2ª Situ-Ação Performativa
5 performers executam 2 movimentos iguais, simples e em tempo natural em momentos e espaços diferentes.
Movimento 1 - Os performers andam naturalmente em ambientes urbanos de intensa circulação de pedestres e páram em espaços selecionados de cara para parede. A instrução é movimentar-se dentro de uma lógica interna, totalmente absorvido no pensamento de que seu corpo movimenta-se de maneira natural.Recomenda-se que os performers não teatralizem a ação de andar, mas que concentrem-se em “levar um tempo natural” para realizar o movimento.
Movimento 2 - De cara para parede os performers ficam totalmente estáticos chamando a atenção para a imobilidade de seus corpos em um ambiente em constante movimento, para a semiose urbana, para possíveis silêncios e para o barulho que abita os espaços (paisagem sonora).O objetivo é explorar através de uma sucessão de quadros vivos o potencial dramático da imobilidade e a percepção do espaço através do não-movimento.


Vídeo: Intervenção-Obra-Experiência # 2

Ficha Técnica
Performers – David da Paz, Daniel Pizamiglio, Joubert Arrais, Liduina Lins e Viviane Pereira.
Videomakers – David da Paz, Ítalo Manfrinni.
Concepção e Direção – David da Paz.
Edição de Imagens e Mixagem – David da Paz.
Músicas: Orguestra Polifônica de Levante Festivo.
Orientações: Tamara Cubas
Apoio: Alpendre