Coletivo Curto-Circuito ManiFESTAções
O Coletivo Curto-Circuito desenvolve obras artísticas mergulhadas em observações sociológicas e políticas. Experimentos que associam estética com ética.
A arte como forma de conhecimento, contribuindo para que a percepção possa mudar de modo que se possa perceber a utilidade da transformação.
A arte do Coletivo transpassa as fronteiras ante ao fato social e converte-se em intrumento crítico, uma arma lançada contra a sociedade, uma arma pertubadora, espontânea e, para alguns, como Herbert Marcuse, decisiva, na luta pela liberdade.
Por que não dar à arte, isto é, a atividade artística o sentido pleno de um combate? Por que não reexaminar sua eficácia, suas intenções, seus motivos?
Para o Coletivo Curto-Circuito a cultura do espetáculo merece a mais fina ironia. Os artistas revoluciónarios chamam a intervenção e intervêm eles mesmos no espetáculo para pertubá-lo e destruí-lo.
O jogo das formas e dos conteúdos tem pouco ou nenhuma influência sobre o resultado final; não adianta procurar conteúdos para a arte-ação, não adianta propor formas variadas para ela, o que importa é conhecer sua matéria e atuar de modo condizente.
Você pode dramatizar uma Crise-Urgente ou uma Situação-Realidade imediata através de um fragmento de Ação, explorando a ambigüidade entre Arte-Ação e a Vida real. A Arte deve assaltar os sentidos, deve revoltar a mente, deve se apossar da alma, deve recusar-se a ser somente a sua imagem.
O que muda nossa maneira de ver o mundo é mais importante do que nossa maneira de ver a arte.
"O novo artista protesta" escreveu Tzara em 1919. "Ele não pinta mais, ele cria diretamente". O imediato é certamente a mais sumária reivindicação, mas também a mais radical, que deve definir esses novos artistas que serão construtores de Situ-Ações a serem vividas. Essa é a matéria da Arte-Ação e por ser tal, não admite outra.
Os mais belos jogos de inteligência não são nada para nós. O amor, as artes, a filosofia, a economia política, a arquitetura e o urbanismo são meios que devemos nos apropriar para a solução de um problema que é antes de tudo de ordem ética.
O objetivo é construir Situ-Ações Micropolíticas no cotidiano em busca de um alargamento da dimensão lúdica da vida. Nada pode dispensar a vida de ser absolutamente apaixonante. Apesar da hostilidade e das trapaças do mundo, os participantes de uma aventura sob todos os aspectos perigosa se reúnem sem indulgência.
De modo geral, consideramos que, dentro desta participação, há uma maneira prazerosa de viver.
Quanto aos objetivos do Coletivo Curto-Circuito não pode haver dúvida: pretende a subversão do sistema capitalístico comtemporâneo. Tudo aquilo que pode ser destruído deve ser destruído para que as crianças possam ser salvas da escravidão.
Texto Recombinante, 2005.